Vinhos unicórnio

Giovanni canonica

Há vários anos ouvíamos amigos do setor de vinhos sobre o vinho de Giovanni Canonica, sendo o principal obstáculo as pequenas quantidades que ele produz, exportando a grande maioria para o Japão.

Após três visitas, podemos dizer que é um prazer poder oferecer os vinhos Giovanni's, mesmo em pequenas quantidades.

A primeira colheita data de 1983, tempos difíceis na área, só vendiam vinho a granel e cultivavam uvas.

Em Barolo foi um dos primeiros a mudar de rumo, enologicamente falando. Ele é um defensor do nosso tempo, um Michail Bakunin do vinho.

Naquela época poucos entendiam o caminho que fazia: intervenções limitadas na vinha mas sem ceder aos dogmas agrícolas, antiquadas prensas de uvas, com os pés, praticamente não tinham maquinaria, sem enzimas ou leveduras selecionadas.

Gianni sempre diz: “Quero que meu Barolo quase se faça sozinho”. "Quando comecei, muitos riam de mim, talvez até hoje."

Nos anos 90, porém, algo mudou: “Ele se voltou para outro tipo de vinho, outra forma de conceber essa bebida. Eu os chamo de vinhos mais simples."
Assim, enquanto a ideia de produzir vinhos menos artificiais se espalhava, os primeiros importadores japoneses chegaram e "levaram todo o vinho que tinha na adega".

Ainda hoje o maior mercado da Canonica é o Japão, quase metade do que ela produz é distribuído lá. Com pouco mais de dois hectares de terreno trabalha dez mil garrafas, duas Barolo e uma Nebbiolo. Gianni comenta: “Queríamos ficar pequenos para ter muito mais liberdade”, explica ele.

O provocativo rótulo, escrito em caneta esferográfica, sem babados, conta o caminho da pureza que este artesão Barolo está trilhando, que nos anos em que se usavam pesadas e altas garrafas de vidro, engarrafava com as mais baratas e leves.

O rótulo, diz Gianni, significa: "Beba o que está dentro. Representa o vinho que produzimos tão bem quanto somos.”

Paiagallo é um vinhedo bastante pequeno na encosta de 300-400 metros, bastante alto na encosta acima da cidade de Barolo. Canonica tem cerca de 4 hectares, incluindo alguns plantados com Barbera ("só para a família", mas outro grande vinho).

O trabalho da Canonica é super tradicional na vinha, sem produtos químicos. Na vinícola a mesma abordagem: uva prensada com os pés; fermentação de fermento nativo; sem controle de temperatura; fermentação muito longa em madeira; 2-3 trincas no início e apenas uma vez por ano após maloláctica; envelhecimento em botte (barricas de madeira velhas muito grandes).

Barolo Paiagallo tem muita energia, transparência e foco, o que o conecta a alguns dos melhores vinhos que já provamos no país.
Em alguns detalhes lembra outros grandes vinhos da região: a tenebrosa cereja preta de Cascina Francia, o tanino maduro mas intenso de Bartolo Mascarello, o equilíbrio entre elegância e rusticidade de G. Rinaldi, a pureza e a energia de Cappellano.

Grinzane Cavour, talvez menos tânico que Paiagallo, mas com esta direção da velha guarda do Barolo, firme, enérgico e com um final tremendo.

Sem dúvida um dos grandes ícones dos vinhos italianos, é um prazer oferecê-los aos nossos clientes.